É normal ouvir falar sobre gratidão nos ambientes religiosos, pois ela tem tudo a ver com os princÃpios que norteiam a maioria das religiões. A gratidão é vista como uma forma de agradecer as coisas boas da vida, as bênçãos e reconhecer a bondade presente nas outras pessoas. Ela é um ponto central no Cristianismo e aparece muito no JudaÃsmo, Islamismo, HinduÃsmo, Espiritismo e principalmente, no Budismo. Em todas essas crenças, ser grato é algo ativo, que se manifesta em orações, rituais e ajuda ao próximo.
Todavia o tema gratidão tem recebido cada vez mais atenção da ciência, sobretudo na Psicologia, devido aos seus inúmeros benefÃcios para o bem-estar fÃsico e mental. A partir da perspectiva psicológica, a gratidão é vista como um sentimento que envolve o reconhecimento e apreciação pelo que sentimos, através de experiências internas ou externas. Estudos mostram que pessoas que praticam a gratidão regularmente tendem a experimentar nÃveis mais elevados de felicidade, menor incidência de depressão, além de uma maior resiliência diante de adversidades.
Do ponto de vista neurocientÃfico, a prática da gratidão ativa áreas do cérebro relacionadas à dopamina e à serotonina, neurotransmissores ligados ao sentimento de prazer e bem-estar. Essa resposta neuroquÃmica reforça o impacto positivo dessa emoção no cérebro, criando um ciclo de reciprocidade emocional. Por fim, a psicologia aponta que desenvolver a gratidão não é apenas uma atitude momentânea, mas uma habilidade que pode reconfigurar o cérebro e gerar um padrão positivo de saúde mental.
Existe uma área da Psicologia, chamada de Psicologia Positiva, que se concentra no estudo do bem-estar humano e segundo essa abordagem, cultivar a gratidão ajuda a mudar o foco da mente, saindo do modelo tradicional de remediação de problemas, para o modelo positivo que busca as condições que nos fazem efetivamente felizes. Técnicas como registros diários de gratidão, onde a pessoa escreve coisas pelas quais é grata, têm se mostrado eficazes na promoção de emoções positivas e na redução do estresse.
Para concluir, aqui vai uma prática simples que ajuda a cultivar gratidão reconfigurando o cérebro para um modelo positivo: Faça uma retrospectiva de sua vida no decorrer deste ano e enumere todos os acontecimentos pelos quais você é grato. Avalie o processo mais que o resultado, reconheça o quanto você se empenhou em cada tarefa e deixe emergir dentro de si, um sentimento puro de gratidão. Eu, por exemplo, sou grato por todos os artigos que escrevi nessa revista no decorrer do ano e por todos os leitores que, através dessa coluna, se conectaram comigo formando um ciclo maravilhoso de dar e receber.
Romildo R. Almeida - Psicólogo ClÃnico
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