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SE EU PUDESSE VOLTAR A SER CRIANÇA Para aqueles que pretendem construir uma família

Imagine que você pudesse voltar a ser criança e escolher como seria a sua vida. Certamente muitos imaginariam pertencer a uma família abastada que pudesse garantir uma vida cômoda com abundância de bens materiais. Mas se o objetivo fosse alcançar a felicidade, saiba que de acordo com as ciências que se ocupam desse tema, a felicidade não tem nada a ver com riqueza. Então se você pudesse mesmo voltar ao passado, aqui vão alguns conselhos baseados na premissa de que a felicidade de um adulto está diretamente ligada a sua vida na infância.

Em primeiro lugar, escolha pais que te aceitem, porque a criança rejeitada no útero desenvolve complexos de rejeição no futuro. Escolha também pais que não utilizam nenhum tipo de drogas, hoje se sabe que elas interferem no desenvolvimento fetal e os filhos de pais que utilizaram drogas, já nascem com síndrome de abstinência. Seja esperto, escolha nascer de um casal que se ama e que se respeita assim você aprenderá desde cedo sobre amor e respeito ao próximo.

Se os seus pais lhe derem brinquedos eletrônicos, diga a eles que na infância é muito mais útil objetos concretos que se possa pegar e sentir, isso ajudará no desenvolvimento cognitivo. Se eles forem pobres e não puderem lhe comprar presentes, diga que não tem problema, pois o melhor presente são eles mesmos com seu carinho, atenção e o tempo de qualidade que eles passam com você.

Peça também, pais que praticam uma religião de maneira autêntica, mas que se não tiverem, pratiquem os dons do amor e da caridade. Os ensinamentos de Cristo se resumem nisso. Se puder voltar à infância, escolha ser criança com jeito de criança e alma de criança. Brinque de maneira sadia, pois crianças que desenvolvem precocemente a sexualidade perdem a alegria e a fantasia presentes na pureza de ser menino ou menina. Enfim se você puder voltar a ser criança, vista-se como criança, brinque como criança, comporte-se como criança e não permita jamais que alguém exija responsabilidades  que não cabem na sua cabeça.

Mas, certamente quem está lendo este artigo é adulto e talvez seja pai ou mãe ou pretende, um dia, ser.  O texto é apenas uma narrativa hipotética porque o tempo não volta e a natureza não perdoa, porém o conselho é válido.

 

Respeite e ame uma criança, pois tudo o que você é hoje, está alicerçado nas experiências da criança que você já foi um dia. Não podemos mudar o passado, mas podemos mudar o futuro protegendo as crianças de hoje.

A importância do Autocuidado

Existe alguma relação entre estresse e resultado prático dos nossos objetivos? Jesus percebeu essa relação e por isso orientou os seus apóstolos para buscarem algum lugar retirado para descansar um pouco.

Foi uma decisão inteligente, pois é fato que quando estamos empenhados em uma tarefa que consome muita energia e não percebemos as nossas necessidades básicas, o nosso trabalho perde a qualidade além de acarretar problemas de saúde. Nosso organismo tem limites que precisam ser respeitados.

O corpo precisa de repouso para descansar e a nossa mente precisa se recuperar do estresse diário. A atenção às necessidades do corpo e da mente se chama autocuidado e quem desenvolve essa habilidade costuma ter uma saúde melhor, além de alcançar melhores resultados nos seus objetivos.

A mente opera em dois modos distintos: um é o modo “fazer” e a outra é o modo “ser”. No modo fazer, agimos de maneira impulsiva, realizando tarefas de forma automática sem estar presente verdadeiramente. É um modo que economiza tempo, mas acarreta estresse. Quantas pessoas reclamam que não encontram mais prazer nas suas atividades? Certamente, estão sobrecarregadas e trabalham no piloto automático como se fossem robôs.

Por outro lado, o modo “ser”, é aquela modalidade em que trabalhamos de maneira focada e com atenção plena. Nela, estamos conscientes do que estamos fazendo e percebemos as nossas necessidades. Esse é o momento de dar uma parada a fim de se recompor. De nada adianta fazer um monte de coisas ao mesmo tempo e depois reclamar que não tem tempo pra nada. Temos que aprender a parar de vez em quando e fazer uma autorreflexão na quietude do silêncio, longe de tudo e de todos para permitir que as coisas se renovem.

O conselho dado por Jesus é um alerta para não cairmos na ditadura da produtividade que prioriza os resultados acima de tudo, nos transformando em máquinas. Não importa qual seja a atividade que vamos realizar: comer, trabalhar, estudar, conversar ou rezar. É preciso estar presente com gentileza, atenção e caridade. Afinal a vida que realmente importa e que vale a pena ser vivida, é aquela em que estamos plenamente conscientes e livres. Sem dúvida, Deus ali está.

Romildo R.Almeida
Psicólogo clínico

POSSO AJUDAR? – O Verdadeiro poder está em servir

“Ajude-me que eu também te ajudo”. Essa frase revela o duplo vínculo presente nas amizades de interesses. No modelo político também a encontramos na troca de favores que consiste no famoso toma lá dá cá. Neste contexto, os interesses individuais ocupam o espaço destinado ao bem comum dando origem a conhecida corrupção política. Tanto nas relações sociais quanto na política, a palavra “eu” é o centro que conduz o sentido da ação. “Eu fiz, eu construí, eu dei, eu emprestei”. Em ambos os casos, existe uma parceria que satisfaz os dois lados envolvidos: aquele que ajuda e aquele que é ajudado.

Todavia, há algo oculto nesse jogo precisa ser entendido. A pessoa que ajuda se coloca num grau mais elevado do que aquela que é ajudada. Então ajudar se baseia numa ideia de desigualdade. Quando ajudamos alguém sentimos um ar de superioridade e sem perceber, colocamos o outro em condição inferior. A “Síndrome do bom samaritano” explica bem esse paradoxo. Trata-se daquela pessoa que sente a necessidade de ajudar compulsivamente criando vínculos de dependência sem levar em conta se o outro precisa ou não de ajuda. Muitas vezes o ato benevolente visa engrandecer o próprio ego e não servir ao outro.

Mas existe outra palavra que apesar de ter o mesmo sentido, nos remete a algo muito mais profundo que é o “servir”. Servir é atender um chamado que vem do coração a partir do desejo genuíno de querer fazer o bem ao próximo. Não porque eu vá ganhar algo com isso, mas sim porque a dor do outro é também a minha dor e eu não quero vê-lo sofrer, pelo contrário, quero que ele esteja bem e seja feliz. Assim, servir é diferente de ajudar.

Às vezes ajudamos, mas sem comprometimento, muito mais para livrar-nos da situação indesejável ou para satisfazer nosso próprio ego. Quantas pessoas ajudam instituições filantrópicas? Quantas ajudam na igreja? Certamente, muitas, mas quantas estão realmente a serviço, sem nada esperar de recompensa? Talvez poucas.

A verdade é que nosso ego busca poder, mas o poder sem amor é perigoso e pode corromper, pois traz no seu centro o orgulho e o egoísmo. Existe, porém um poder que nos aproxima do que é mais belo no ser humano: A capacidade de se conhecer interiormente e fazer escolhas livres. Entre elas a liberdade de amar sem medidas. Foi Jesus quem nos ensinou sobre o amor verdadeiro e o Papa Francisco reiterou: “O verdadeiro poder está em servir”.

Romildo R Almeida.

COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA (CNV) – Um caminho de sabedoria que favorece o diálogo e promove a paz.

Um caminho de sabedoria que favorece o diálogo e promove a paz.

Enquanto você lê este artigo, já sabe quem é o novo presidente do Brasil, pois esse texto foi escrito antes da realização do segundo turno das eleições, mas independentemente do resultado a verdade é que todos nós perdemos.

Quando a comunicação pacífica entre pessoas que pensam diferentemente é substituída por um discurso de ódio e intolerância, não existem vencedores.

Infelizmente a falta de habilidade para se comunicar não se resume ao âmbito da política.

Ela está presente em todas as relações sociais seja no trabalho, na família, na escola ou entre amigos. Somos seres inteligentes, a obra prima da Criação.

Temos consciência e capacidade para analisar nossos atos, executar tarefas e planejar atividades, mas em situações que envolvem confronto de opiniões, agimos de maneira instintiva como se estivéssemos sendo atacados.

Praticamos a violência, sem perceber, quando falamos com arrogância, desprezo, deboche e de maneira preconceituosa.

Existe uma abordagem criada pelo Psicólogo americano Marshall Rosemberg chamada de Comunicação não violenta (CNV) que ensina uma maneira de falar e ouvir sem machucar e sem se ofender.

O princípio é simples: Fale com clareza e sinceridade o que você quer que o outro faça ao invés de julgá-lo.

Já repararam que numa discussão acalorada as pessoas perdem o controle e o bom senso? Por que não buscamos o que temos em comum ao invés de ficar só debatendo diferenças de maneira ofensiva? Quem julga parte do princípio que é superior, o que em si já é uma suposição de autoridade.

Para que um diálogo produtivo ocorra é preciso estabelecer uma conexão de alma que só é possível com atitudes de humildade, gentileza e compaixão.

Não se trata aqui de aprender a ser trouxa ou engolir sapos, mas abdicar do uso de palavras ofensivas e grosseiras na nossa fala. A CNV cria um clima de paz que faz brotar sentimentos e atitudes correspondentes em quem nos ouve e isso promove o crescimento mútuo.

A história nos revela que as grandes transformações da humanidade foram feitas por homens que usaram como armas a Comunicação não violenta: Jesus Cristo, o Buda e mais recentemente Ghandi, Luther King e Dalai Lama.

Faça algo pela paz. Pesquise na internet, leia, aprenda e pratique a CNV no seu meio. Isso pode não mudar o mundo, mas a sua vida, certamente, vai mudar para melhor.

Romildo R.Almeida Psicólogo clínico

HUMANIZANDO CONEXÕES – Quando o celular ocupa o centro, quem perde somos nós.

Quando o celular ocupa o centro, quem perde somos nós.

Cena comum no cotidiano da classe média: Uma família composta por um casal e dois adolescentes aguarda no restaurante a chegada do garçom.

Detalhe: cada um olhando a tela do seu celular envolvido com alguma coisa que parece ser mais interessante do que o contato entre eles mesmos. Já faz algum tempo que esse invasor chamado de smartphone ocupa indevidamente o lugar que seria o da interação entre pessoas.

O dono de um restaurante em Los Angeles, nos Estados Unidos, preocupado com esta questão resolveu oferecer desconto de 5% na conta a quem concordasse em deixar o celular na portaria.

Pelo menos metade dos clientes aceitou a oferta talvez sensibilizada mais pelo desconto do que pela nobreza da causa. Seria bom se outros estabelecimentos seguissem esse exemplo contribuindo assim para uma melhor conexão entre seres humanos.

Se de acordo com as regras de etiqueta deixar um celular à mesa durante a refeição já é em si um fato extremamente deselegante, o que diríamos de tirar foto do prato antes de comer e postá-la nas redes sociais? Vale destacar que no Brasil o número pessoas com acesso à Internet é de 139.1 milhões (66% da população).

Uma pesquisa revelou que os brasileiros gastam, em média, 9 horas por dia navegando na web. O país também é o que mais acessa as redes sociais, são aproximadamente 3 horas diárias.

A consequência direta desse fenômeno é o empobrecimento das relações de afetividade o que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, chamou de amor líquido no qual os relacionamentos escorrem das nossas mãos por entre os dedos como se fossem água. No mundo líquido, tudo é descartável inclusive os vínculos de amizade e companheirismo.

A característica principal da comunicação virtual está sendo estendida para os vínculos afetivos. Se para deletar um contato da nossa agenda basta um clic, com a mesma rapidez e simplicidade também deletamos uma pessoa da nossa vida numa atitude fria e calculista.

Está na hora de nos desconectarmos das redes sociais que rouba o nosso tempo e corrompe nossas mentes. Precisamos investir na única conexão que pode nos salvar desse processo de desumanização que estamos vivendo: A conexão face a face de olhar, ouvir e sentir o outro.

Aquela em que defeitos e qualidades se somam e se integram formando vínculos duradouros que o tempo não apaga e a distância não separa. Essa conexão se chama amor.

Romildo R. Almeida Psicólogo clínico

TRAGÉDIAS E COMPAIXÃO – Quando a dor nos torna mais humanos.

Quando a dor nos torna mais humanos.

O ano de 2019 começou com muitas tragédias. O rompimento da barragem em Brumadinho, as chuvas que provocaram deslizamentos no Rio de janeiro, o incêndio no Ninho do Urubu e a queda do helicóptero que matou o jornalista Ricardo Boechat.

Em meio ao sofrimento é alentador ver que existem pessoas capazes de largar tudo para prestar ajuda.

Também é de se louvar as campanhas de arrecadação de mantimentos, no Brasil inteiro, em prol das vítimas.

Essas tragédias têm a capacidade de fazer vibrar em nós o sentimento de empatia, de colocar-se no lugar do outro, compreender sua dor e querer, de forma genuína fazer algo para que essa dor seja diminuída ou cessada. Isto se chama compaixão.

Há muito que esse tema deixou de ser um assunto exclusivo das religiões. A ciência vem se ocupando dessa habilidade humana e desenvolvendo programas para ensiná-la.

Assim como aprendemos a ler, escrever, também aprendemos a ser compassivos.

Estudos de Neurobiologia comprovam que o exercício da compaixão, ativa neurotransmissores no cérebro que estão ligados ao sistema de satisfação, calma e segurança.

Esse sistema se opõe ao sistema de ameaça e proteção que está ligado à raiva, medo, ansiedade e aversão.

É a ação intensa desse sistema, associada ao sistema de conquista que faz uma pessoa buscar de maneira compulsiva, a riqueza e o consumo, tornando-a egoísta.

Ao contrário, o sistema de calma e proteção é o único capaz de desenvolver a felicidade verdadeira e sustentável. Mas se a compaixão é tão boa, porque a maioria das pessoas não a pratica?

Em primeiro lugar porque não é ensinada e também porque no ocidente esse conceito não é bem entendido. Quem oferece compaixão é visto, indevidamente, como superior e quem a recebe é considerado fraco.

Ser compassivo não é ter pena de alguém e sim reconhecer o sofrimento no outro e tratá-lo como gostaria de ser tratado.

Para desenvolver a compaixão é necessário primeiramente, aprender a ter autocompaixão que é a capacidade de olhar para si mesmo com gentileza e compreensão.

É necessário, ainda, reconhecer a própria fragilidade, afinal todos nós temos nossa própria história, nem sempre carregada de experiências positivas.

O segundo passo é olhar para o outro com olhar menos crítico, aceitá-lo incondicionalmente pelo simples fato de ele ser humano como nós.

Se soubéssemos o quão bem faz a nós o amor ao próximo, passaríamos a cultivar e a praticar a compaixão, ao menos por amor próprio.

Romildo R. Almeida Psicólogo clínico

RUMINAÇÃO MENTAL – A Depressão começa nos pensamentos distorcidos.

A Depressão começa nos pensamentos distorcidos.

O termo ruminar é normalmente utilizado para entender o processo de digestão de alguns animais como bois, camelos, girafas entre outros.

O processo de ruminação consiste em mastigar, engolir e depois retornar com o alimento à boca para ser remastigado e finalmente digerido.

Mas as ciências que se ocupam da saúde mental se apropriaram desse conceito para explicar um comportamento muito comum nas pessoas depressivas: Trata-se da Ruminação mental.

Estamos falando daquele pensamento negativo, que martela noite e dia. O problema da ruminação mental é que ela é a base da depressão.

Quando uma pessoa está em sofrimento emocional, é comum que tenha uma percepção distorcida da realidade e a depressão é realimentada por esses pensamentos formando um circulo vicioso.

A pessoa sente-se como se estivesse possuída de algum espírito maligno ou vítima de algum trabalho espiritual negativo.
Esses “espíritos” ruminam frases que destroem a nossa autoestima: “Sou um fraco”, “sou um perdedor”, “sou incompetente”.

Na verdade, são pensamentos automáticos gerados por crenças que desenvolvemos desde a infância. São ideias distorcidas baseadas em fases da nossa vida nas quais não tínhamos ainda uma mente capaz de discernir o falso do verdadeiro.

As experiências negativas tendem a solidificar esses pensamentos que mais tarde se tornam crenças centrais que compõem a nossa autoimagem.

Para não cair nas armadilhas mentais que nos aprisionam nessas crenças distorcidas, é preciso identificar os pensamentos automáticos.

Nem sempre pensamos o que queremos, pois os pensamentos têm vida própria, eles brotam na nossa mente sem a nossa permissão.

Quando conseguimos identificá-los, devemos adotar uma postura de acolhimento e aceitação, pois eles não são frutos da nossa reflexão consciente e inteligente.

Devemos tratá-los como nuvens no céu que se formam e se dissipam por si mesmas, independentemente das nossas ações.

Todavia, para muitas pessoas a autorreflexão não basta para identificar e lidar com a Ruminação. Nesse caso, é necessária a intervenção de um Psicólogo que através da abordagem Cognitivo Comportamental, poderá ajudar no entendimento e elaboração do problema.

Concluindo, a orientação básica para quem sofre desses processos de Ruminação mental é: Não sofra com o que vem à sua mente, afinal pensamentos nada mais são, do que pensamentos.

Romildo R.Almeida – Psicólogo clínico

VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ – Abraçando nossa humanidade comum com auto-compaixão

Abraçando nossa humanidade comum com auto-compaixão.

Por que isto está acontecendo comigo? O que eu fiz para merecer isso? Essas são as perguntas comuns de quem está passando por uma situação difícil na vida, seja uma crise financeira, uma doença ou uma separação afetiva.

Essas lamentações compõem um quadro compatível com o que chamamos de sentimento de autopiedade. Sentimentos desse gênero são causados, na maioria das vezes, por uma distorção cognitiva, isto é o indivíduo perde a capacidade de ver as coisas como elas são e mergulha num mar de negatividade concluindo que ele é a única pessoa que sofre enquanto o restante do mundo está feliz.

Provavelmente você já ouviu a expressão “errar é humano”, mas certamente não sabia que essa frase resume uma das mais valiosas ferramentas utilizadas na Psicologia Positiva e está sendo objeto de estudo de grandes centros de pesquisa científica nessa área.

Estou me referindo à Autocompaixão através da Humanidade compartilhada. A dor que sinto em tempos difíceis é a mesma dor que você sente em tempos difíceis. As causas são diferentes, as circunstâncias são diferentes, o grau de dor é diferente, mas a experiência básica é a mesma. Infelizmente, no entanto, a maioria das pessoas não se concentra no que têm em comum com os outros, especialmente nas dificuldades.

O isolamento tem um efeito devastador na experiência do sofrimento provocando um quadro de negatividade que leva a diminuição das expectativas e um sentimento de inferioridade que inviabiliza as buscas de superação. A pessoa simplesmente não se dá conta que está num processo inconsciente sendo vítima de si mesma.

Pela autocompaixão temos um olhar menos severo em relação a nós mesmos. Uma atitude crítica e autopunitiva pode ser substituída por uma postura autocompassiva que compreende e considera a nossa história e os traumas que vivemos no passado. Ninguém erra porque quer, a natureza humana pressupõe o erro.

Compartilhar nossa humanidade é olhar para dentro de nós mesmos e localizar o que temos em comum com os outros.

As diferenças existem, mas em última análise, somos todos filhos de Deus e de uma forma ou de outra buscamos as mesmas coisas: ninguém quer sofrer, ninguém quer sentir dor, todos, querem ser felizes, todos querem a paz, mas a paz que queremos para o mundo tem que começar no nosso coração. Portanto, dê uma chance a si mesmo e acalme-se. Você não está só.

Romildo R.Almeida – Psicólogo clínico