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MINDFULNESS E CORONAVÍRUS

Faz um mês que estou em quarentena e como instrutor de Mindfulness desejo compartilhar com vocês a minha experiência praticando atenção plena.  Um dos benefícios de cultivar a atenção plena é a capacidade de aceitar o presente. Estar atento, estar mais consciente do presente sem julgamento, nos leva a uma aceitação melhor dos acontecimentos, nos ajuda a viver mais intensamente o momento sem ser dominado por eles e com a percepção de ser o protagonista das nossas escolhas. Não dominado pelos fatos, mas donos da situação.

A prática dos exercícios de atenção plena nesse período de crise mundial que nos obrigam a uma mudança radical do nosso modo de vida, pode nos ajudar em vários aspectos de nossa existência, como:

– Nos ajuda a manter a calma, a sermos realistas, não superficiais, nem neuróticos. Tudo passará.

– Nos ajuda a não criticar tudo e todos, não é fácil administrar uma situação tão complexa.

– Nos ajuda a ser mais responsáveis no relacionamento com outras pessoas, por isso é correto manter atenção plena quando alguém nos pede algo.

– Nos ajuda a redescobrir as nossas relações mais próximas, é um momento de reflexão e elaboração de situações pendentes que não foram resolvidas, para perdoar e fazer unidade. Graças às novas tecnologias podemos falar com amigos e parentes distantes e que há muito tempo não temos contato.

– Nos ajuda a ter mais tempo para nós mesmos, cuidar do nosso interior, fazer uma análise profunda da nossa vida e perceber aquilo que é essencial.

– Nos ajuda a fazer coisas que sempre queríamos ter feito e que por falta de tempo sempre postergamos.

– Nos ajuda a questionar sobre  o sentido da nossa vida e do nosso corre-corre.

Os momentos de crise com esses instrumentos se tornam ocasiões de autêntico crescimento. Momentos para nos tornarmos mais humanos!

Um último conselho, ou melhor dois: primeiro, pratiquem as técnicas de mindfulness mais vezes ao dia com constância, muitos de vocês têm tempo para isso; segundo, evite excesso de informações, de 30 a 45 min por dia é o suficiente para se colocar a par das situações. A prática de mindfulness em tempos de crise pode mudar nossa perspectiva sobre a situação.

DO EGOÍSMO À COMPAIXÃO – Quando o trigo é mais forte que o joio

O que faz alguém arriscar a vida para ajudar pessoas em situação de perigo? Nas enchentes que arrasaram a região sudeste no mês passado vimos inúmeros exemplos de solidariedade. Gente entrando na água para salvar pessoas ilhadas, outras fazendo marmitas para alimentar aqueles que perderam tudo. Por trás dessas ações está uma atitude que vem sendo cada vez mais objeto de estudo das ciências. Estamos falando de compaixão. Na maioria dos dicionários esse termo define o sentimento de empatia com o sofrimento alheio acompanhado do desejo genuíno de querer diminuí-lo, de alguma forma.

Por outro lado, o contrário de compaixão é o distanciamento, a indiferença, a frieza e a apatia. Tudo isso se refere ao egoísmo, palavra que define um amor próprio excessivo, que leva o indivíduo a olhar só para si mesmo desprezando as necessidades do outro. Egoísmo e compaixão são joio e trigo que crescem juntos e se antagonizam desde que o mundo existe. Infelizmente vivemos um momento histórico perigoso em que nações se fecham e se isolam e os exemplos de abertura se limitam aos interesses comerciais que objetivam o lucro. A ausência de compaixão produz a guerra que leva à fome e à miséria. Cenas catastróficas de pessoas amontoadas nas fronteiras buscando desesperadamente um lugar para viver dignamente e sendo expulsas como se fossem ratos.

No Brasil, as mortes violentas no campo e na cidade, as mortes por doenças que poderiam ser tratadas se tivéssemos um sistema de saúde de qualidade, produzem um quadro semelhante ao de um país em guerra. O egoísmo produz cegueira, rouba a nossa consciência e diminui a nossa capacidade de indignar-se diante das injustiças. Assistimos passivamente as ocupações de terras indígenas, desmatamento da Amazônia e o desrespeito às minorias. O egoísmo é o joio que habita o nosso inconsciente. Mas, temos também um grande potencial de transformação e vocação para o bem.

Quando os elos de pequenas ações em favor da vida se juntam, podemos formar uma corrente de amor e é nesse momento que vemos o trigo florescer. É um alento saber que a compaixão pode ser ensinada e cultivada desde a infância. Olhando os exemplos de Ir. Dulce aprendemos a amar sem distinção e sem julgamentos, tendo como única motivação para as nossas atitudes, o lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.

 

Romildo R.Almeida
Psicólogo clínico

SE EU PUDESSE VOLTAR A SER CRIANÇA Para aqueles que pretendem construir uma família

Imagine que você pudesse voltar a ser criança e escolher como seria a sua vida. Certamente muitos imaginariam pertencer a uma família abastada que pudesse garantir uma vida cômoda com abundância de bens materiais. Mas se o objetivo fosse alcançar a felicidade, saiba que de acordo com as ciências que se ocupam desse tema, a felicidade não tem nada a ver com riqueza. Então se você pudesse mesmo voltar ao passado, aqui vão alguns conselhos baseados na premissa de que a felicidade de um adulto está diretamente ligada a sua vida na infância.

Em primeiro lugar, escolha pais que te aceitem, porque a criança rejeitada no útero desenvolve complexos de rejeição no futuro. Escolha também pais que não utilizam nenhum tipo de drogas, hoje se sabe que elas interferem no desenvolvimento fetal e os filhos de pais que utilizaram drogas, já nascem com síndrome de abstinência. Seja esperto, escolha nascer de um casal que se ama e que se respeita assim você aprenderá desde cedo sobre amor e respeito ao próximo.

Se os seus pais lhe derem brinquedos eletrônicos, diga a eles que na infância é muito mais útil objetos concretos que se possa pegar e sentir, isso ajudará no desenvolvimento cognitivo. Se eles forem pobres e não puderem lhe comprar presentes, diga que não tem problema, pois o melhor presente são eles mesmos com seu carinho, atenção e o tempo de qualidade que eles passam com você.

Peça também, pais que praticam uma religião de maneira autêntica, mas que se não tiverem, pratiquem os dons do amor e da caridade. Os ensinamentos de Cristo se resumem nisso. Se puder voltar à infância, escolha ser criança com jeito de criança e alma de criança. Brinque de maneira sadia, pois crianças que desenvolvem precocemente a sexualidade perdem a alegria e a fantasia presentes na pureza de ser menino ou menina. Enfim se você puder voltar a ser criança, vista-se como criança, brinque como criança, comporte-se como criança e não permita jamais que alguém exija responsabilidades  que não cabem na sua cabeça.

Mas, certamente quem está lendo este artigo é adulto e talvez seja pai ou mãe ou pretende, um dia, ser.  O texto é apenas uma narrativa hipotética porque o tempo não volta e a natureza não perdoa, porém o conselho é válido.

 

Respeite e ame uma criança, pois tudo o que você é hoje, está alicerçado nas experiências da criança que você já foi um dia. Não podemos mudar o passado, mas podemos mudar o futuro protegendo as crianças de hoje.

A importância do Autocuidado

Existe alguma relação entre estresse e resultado prático dos nossos objetivos? Jesus percebeu essa relação e por isso orientou os seus apóstolos para buscarem algum lugar retirado para descansar um pouco.

Foi uma decisão inteligente, pois é fato que quando estamos empenhados em uma tarefa que consome muita energia e não percebemos as nossas necessidades básicas, o nosso trabalho perde a qualidade além de acarretar problemas de saúde. Nosso organismo tem limites que precisam ser respeitados.

O corpo precisa de repouso para descansar e a nossa mente precisa se recuperar do estresse diário. A atenção às necessidades do corpo e da mente se chama autocuidado e quem desenvolve essa habilidade costuma ter uma saúde melhor, além de alcançar melhores resultados nos seus objetivos.

A mente opera em dois modos distintos: um é o modo “fazer” e a outra é o modo “ser”. No modo fazer, agimos de maneira impulsiva, realizando tarefas de forma automática sem estar presente verdadeiramente. É um modo que economiza tempo, mas acarreta estresse. Quantas pessoas reclamam que não encontram mais prazer nas suas atividades? Certamente, estão sobrecarregadas e trabalham no piloto automático como se fossem robôs.

Por outro lado, o modo “ser”, é aquela modalidade em que trabalhamos de maneira focada e com atenção plena. Nela, estamos conscientes do que estamos fazendo e percebemos as nossas necessidades. Esse é o momento de dar uma parada a fim de se recompor. De nada adianta fazer um monte de coisas ao mesmo tempo e depois reclamar que não tem tempo pra nada. Temos que aprender a parar de vez em quando e fazer uma autorreflexão na quietude do silêncio, longe de tudo e de todos para permitir que as coisas se renovem.

O conselho dado por Jesus é um alerta para não cairmos na ditadura da produtividade que prioriza os resultados acima de tudo, nos transformando em máquinas. Não importa qual seja a atividade que vamos realizar: comer, trabalhar, estudar, conversar ou rezar. É preciso estar presente com gentileza, atenção e caridade. Afinal a vida que realmente importa e que vale a pena ser vivida, é aquela em que estamos plenamente conscientes e livres. Sem dúvida, Deus ali está.

Romildo R.Almeida
Psicólogo clínico

POSSO AJUDAR? – O Verdadeiro poder está em servir

“Ajude-me que eu também te ajudo”. Essa frase revela o duplo vínculo presente nas amizades de interesses. No modelo político também a encontramos na troca de favores que consiste no famoso toma lá dá cá. Neste contexto, os interesses individuais ocupam o espaço destinado ao bem comum dando origem a conhecida corrupção política. Tanto nas relações sociais quanto na política, a palavra “eu” é o centro que conduz o sentido da ação. “Eu fiz, eu construí, eu dei, eu emprestei”. Em ambos os casos, existe uma parceria que satisfaz os dois lados envolvidos: aquele que ajuda e aquele que é ajudado.

Todavia, há algo oculto nesse jogo precisa ser entendido. A pessoa que ajuda se coloca num grau mais elevado do que aquela que é ajudada. Então ajudar se baseia numa ideia de desigualdade. Quando ajudamos alguém sentimos um ar de superioridade e sem perceber, colocamos o outro em condição inferior. A “Síndrome do bom samaritano” explica bem esse paradoxo. Trata-se daquela pessoa que sente a necessidade de ajudar compulsivamente criando vínculos de dependência sem levar em conta se o outro precisa ou não de ajuda. Muitas vezes o ato benevolente visa engrandecer o próprio ego e não servir ao outro.

Mas existe outra palavra que apesar de ter o mesmo sentido, nos remete a algo muito mais profundo que é o “servir”. Servir é atender um chamado que vem do coração a partir do desejo genuíno de querer fazer o bem ao próximo. Não porque eu vá ganhar algo com isso, mas sim porque a dor do outro é também a minha dor e eu não quero vê-lo sofrer, pelo contrário, quero que ele esteja bem e seja feliz. Assim, servir é diferente de ajudar.

Às vezes ajudamos, mas sem comprometimento, muito mais para livrar-nos da situação indesejável ou para satisfazer nosso próprio ego. Quantas pessoas ajudam instituições filantrópicas? Quantas ajudam na igreja? Certamente, muitas, mas quantas estão realmente a serviço, sem nada esperar de recompensa? Talvez poucas.

A verdade é que nosso ego busca poder, mas o poder sem amor é perigoso e pode corromper, pois traz no seu centro o orgulho e o egoísmo. Existe, porém um poder que nos aproxima do que é mais belo no ser humano: A capacidade de se conhecer interiormente e fazer escolhas livres. Entre elas a liberdade de amar sem medidas. Foi Jesus quem nos ensinou sobre o amor verdadeiro e o Papa Francisco reiterou: “O verdadeiro poder está em servir”.

Romildo R Almeida.

COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA (CNV) – Um caminho de sabedoria que favorece o diálogo e promove a paz.

Um caminho de sabedoria que favorece o diálogo e promove a paz.

Enquanto você lê este artigo, já sabe quem é o novo presidente do Brasil, pois esse texto foi escrito antes da realização do segundo turno das eleições, mas independentemente do resultado a verdade é que todos nós perdemos.

Quando a comunicação pacífica entre pessoas que pensam diferentemente é substituída por um discurso de ódio e intolerância, não existem vencedores.

Infelizmente a falta de habilidade para se comunicar não se resume ao âmbito da política.

Ela está presente em todas as relações sociais seja no trabalho, na família, na escola ou entre amigos. Somos seres inteligentes, a obra prima da Criação.

Temos consciência e capacidade para analisar nossos atos, executar tarefas e planejar atividades, mas em situações que envolvem confronto de opiniões, agimos de maneira instintiva como se estivéssemos sendo atacados.

Praticamos a violência, sem perceber, quando falamos com arrogância, desprezo, deboche e de maneira preconceituosa.

Existe uma abordagem criada pelo Psicólogo americano Marshall Rosemberg chamada de Comunicação não violenta (CNV) que ensina uma maneira de falar e ouvir sem machucar e sem se ofender.

O princípio é simples: Fale com clareza e sinceridade o que você quer que o outro faça ao invés de julgá-lo.

Já repararam que numa discussão acalorada as pessoas perdem o controle e o bom senso? Por que não buscamos o que temos em comum ao invés de ficar só debatendo diferenças de maneira ofensiva? Quem julga parte do princípio que é superior, o que em si já é uma suposição de autoridade.

Para que um diálogo produtivo ocorra é preciso estabelecer uma conexão de alma que só é possível com atitudes de humildade, gentileza e compaixão.

Não se trata aqui de aprender a ser trouxa ou engolir sapos, mas abdicar do uso de palavras ofensivas e grosseiras na nossa fala. A CNV cria um clima de paz que faz brotar sentimentos e atitudes correspondentes em quem nos ouve e isso promove o crescimento mútuo.

A história nos revela que as grandes transformações da humanidade foram feitas por homens que usaram como armas a Comunicação não violenta: Jesus Cristo, o Buda e mais recentemente Ghandi, Luther King e Dalai Lama.

Faça algo pela paz. Pesquise na internet, leia, aprenda e pratique a CNV no seu meio. Isso pode não mudar o mundo, mas a sua vida, certamente, vai mudar para melhor.

Romildo R.Almeida Psicólogo clínico

HUMANIZANDO CONEXÕES – Quando o celular ocupa o centro, quem perde somos nós.

Quando o celular ocupa o centro, quem perde somos nós.

Cena comum no cotidiano da classe média: Uma família composta por um casal e dois adolescentes aguarda no restaurante a chegada do garçom.

Detalhe: cada um olhando a tela do seu celular envolvido com alguma coisa que parece ser mais interessante do que o contato entre eles mesmos. Já faz algum tempo que esse invasor chamado de smartphone ocupa indevidamente o lugar que seria o da interação entre pessoas.

O dono de um restaurante em Los Angeles, nos Estados Unidos, preocupado com esta questão resolveu oferecer desconto de 5% na conta a quem concordasse em deixar o celular na portaria.

Pelo menos metade dos clientes aceitou a oferta talvez sensibilizada mais pelo desconto do que pela nobreza da causa. Seria bom se outros estabelecimentos seguissem esse exemplo contribuindo assim para uma melhor conexão entre seres humanos.

Se de acordo com as regras de etiqueta deixar um celular à mesa durante a refeição já é em si um fato extremamente deselegante, o que diríamos de tirar foto do prato antes de comer e postá-la nas redes sociais? Vale destacar que no Brasil o número pessoas com acesso à Internet é de 139.1 milhões (66% da população).

Uma pesquisa revelou que os brasileiros gastam, em média, 9 horas por dia navegando na web. O país também é o que mais acessa as redes sociais, são aproximadamente 3 horas diárias.

A consequência direta desse fenômeno é o empobrecimento das relações de afetividade o que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, chamou de amor líquido no qual os relacionamentos escorrem das nossas mãos por entre os dedos como se fossem água. No mundo líquido, tudo é descartável inclusive os vínculos de amizade e companheirismo.

A característica principal da comunicação virtual está sendo estendida para os vínculos afetivos. Se para deletar um contato da nossa agenda basta um clic, com a mesma rapidez e simplicidade também deletamos uma pessoa da nossa vida numa atitude fria e calculista.

Está na hora de nos desconectarmos das redes sociais que rouba o nosso tempo e corrompe nossas mentes. Precisamos investir na única conexão que pode nos salvar desse processo de desumanização que estamos vivendo: A conexão face a face de olhar, ouvir e sentir o outro.

Aquela em que defeitos e qualidades se somam e se integram formando vínculos duradouros que o tempo não apaga e a distância não separa. Essa conexão se chama amor.

Romildo R. Almeida Psicólogo clínico

TRAGÉDIAS E COMPAIXÃO – Quando a dor nos torna mais humanos.

Quando a dor nos torna mais humanos.

O ano de 2019 começou com muitas tragédias. O rompimento da barragem em Brumadinho, as chuvas que provocaram deslizamentos no Rio de janeiro, o incêndio no Ninho do Urubu e a queda do helicóptero que matou o jornalista Ricardo Boechat.

Em meio ao sofrimento é alentador ver que existem pessoas capazes de largar tudo para prestar ajuda.

Também é de se louvar as campanhas de arrecadação de mantimentos, no Brasil inteiro, em prol das vítimas.

Essas tragédias têm a capacidade de fazer vibrar em nós o sentimento de empatia, de colocar-se no lugar do outro, compreender sua dor e querer, de forma genuína fazer algo para que essa dor seja diminuída ou cessada. Isto se chama compaixão.

Há muito que esse tema deixou de ser um assunto exclusivo das religiões. A ciência vem se ocupando dessa habilidade humana e desenvolvendo programas para ensiná-la.

Assim como aprendemos a ler, escrever, também aprendemos a ser compassivos.

Estudos de Neurobiologia comprovam que o exercício da compaixão, ativa neurotransmissores no cérebro que estão ligados ao sistema de satisfação, calma e segurança.

Esse sistema se opõe ao sistema de ameaça e proteção que está ligado à raiva, medo, ansiedade e aversão.

É a ação intensa desse sistema, associada ao sistema de conquista que faz uma pessoa buscar de maneira compulsiva, a riqueza e o consumo, tornando-a egoísta.

Ao contrário, o sistema de calma e proteção é o único capaz de desenvolver a felicidade verdadeira e sustentável. Mas se a compaixão é tão boa, porque a maioria das pessoas não a pratica?

Em primeiro lugar porque não é ensinada e também porque no ocidente esse conceito não é bem entendido. Quem oferece compaixão é visto, indevidamente, como superior e quem a recebe é considerado fraco.

Ser compassivo não é ter pena de alguém e sim reconhecer o sofrimento no outro e tratá-lo como gostaria de ser tratado.

Para desenvolver a compaixão é necessário primeiramente, aprender a ter autocompaixão que é a capacidade de olhar para si mesmo com gentileza e compreensão.

É necessário, ainda, reconhecer a própria fragilidade, afinal todos nós temos nossa própria história, nem sempre carregada de experiências positivas.

O segundo passo é olhar para o outro com olhar menos crítico, aceitá-lo incondicionalmente pelo simples fato de ele ser humano como nós.

Se soubéssemos o quão bem faz a nós o amor ao próximo, passaríamos a cultivar e a praticar a compaixão, ao menos por amor próprio.

Romildo R. Almeida Psicólogo clínico