E DEPOIS DO CORONAVÍRUS?

Existem acontecimentos que marcam de tal forma a história da humanidade que, no futuro, passam a ser referenciados como antes e depois deles. Foi assim com as guerras mundiais tanto na primeira como na segunda, em que morreram milhões de pessoas. As catástrofes têm o potencial de devastar vidas, mas produzem efeitos positivos, que transformam a sociedade. Não podemos jamais cultuar a violência, mas também não podemos negar que o Japão não seria o mesmo se não tivesse ocorrido a tragédia de Hiroshima. Tudo isso nos faz crer que alguma mudança deverá ocorrer na humanidade depois que passarmos pela pandemia do coronavírus.

A primeira lição tem a ver com humildade. Somos seres inteligentes capazes de enviar naves ao espaço, mas ao mesmo tempo somos frágeis; um simples vírus pode matar pessoas e abalar a economia do planeta. Precisamos ser humildes, pois desafiar a natureza é flertar com a morte; vejam quantos jovens que nunca tiveram problemas de saúde estão morrendo. Outra lição da pandemia é o respeito à natureza principalmente com o ar que respiramos; aprendemos que a mesma porta pela qual entra a vida, pode entrar também a morte na forma de micropartículas que nos infectam. Precisamos aprender a respirar com gratidão e proteger mais o meio ambiente que é o nosso lar comum. Talvez, quando tudo passar, possamos ter uma opinião diferente diante de temas que envolvam questões climáticas e preservação do meio ambiente.

O isolamento social nos permite conhecer o outro mais profundamente e conhecendo, poder conviver e perdoar fazendo uma experiência religiosa concreta. A maior lição, entretanto é sobre espiritualidade. As religiões se esforçam para nos ensinar sobre caridade e compaixão, mas foi necessário um vírus para nos sensibilizar. É animador ver as pessoas compartilhando e se ajudando mutuamente; é emocionante ver a bondade estampada no semblante de quem dá e, ao mesmo tempo, a alegria no sorriso de quem recebe.

Por fim aprendemos de maneira implacável que a vida é um dom que depende da saúde, mas a saúde não pode ser um bem de poucos e sim um bem comum, pois habitamos o mesmo planeta e respiramos o mesmo ar. Concluindo, não existe vida segura e sadia sem que haja justiça e fraternidade.

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Romildo Ribeiro de Almeida

Psicólogo

Romildo Ribeiro de Almeida é psicólogo clínico formado pela Universidade de Guarulhos, pós-graduado em Psicologia Analítica pela Universidade São Francisco, especializado em Hipnose Ericksoniana pelo Instituto Milton Erickson dos EUA. É instrutor de Mindfulness formado pela Unifesp e possui treinamento com professores do Oxford Mindfulness Centre do Reino Unido em Terapia Cognitivo Comportamental baseada em Mindfulness (MBCT). Escreve para jornais, revistas e sites sobre Psicologia e comportamento humano. Dá atendimento clínico de segunda a sábado em Guarulhos, SP, para jovens, adultos, crianças, adolescentes e casais nas abordagens: Cognitivo comportamental baseada em Mindfulness, e Hipnoterapia. Realiza cursos de Mindfulness de 8 semanas para Promoção de Saúde e Redução do Stress.